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Setembro Amarelo - Bate papo sobre Saúde Mental

O mês de setembro (Setembro Amarelo) é referência em relação aos debates sobre questões envolvendo o tema da saúde mental, em específico, tornou-se referência no que diz respeito à prevenção ao suicídio.

Nesse sentido, convidamos a psicóloga do campus, Laize Dalla Bernardina Monteiro, para dialogar sobre o assunto.

A psicóloga explica que, embora haja alusão a esse mês no que diz respeito à divulgação de informações, debates sobre a temática e prevenção, é importante compreender que a atenção e os cuidados com a saúde mental precisam ocorrer durante todo o ano. “É um processo contínuo de cuidado de si e do outro, a partir das relações que estabelecemos”. Ela esclarece que “saúde mental é a maneira como a gente está no mundo, a maneira que a gente experimenta os eventos da vida e dá sentido a eles, e como a gente compartilha com os demais”.

Nesse sentido, acrescenta que “comumente ouvimos o discurso – Ah, não dê importância para tal coisa ou situação, isso é psicológico! – Mas, gente, o psicológico existe!!! A vida também é psicológica, afetiva, a vida é a maneira como nós lidamos, como encaramos as coisas. Então, não podemos de forma alguma negligenciar ou considerar menos importante o “psicológico”, reforça Laize.

“A gente sabe que as questões que envolvem a saúde mental ainda são tratadas como tabu. As pessoas, em geral, não se sentem constrangidas quando, por exemplo, enfrentam um problema de coluna ou quando sentem uma dor de estômago, mas as questões de saúde mental, historicamente, foram tratadas envoltas em muito preconceito. E, nesse sentido, o preconceito dificulta muito que a pessoa busque ajuda profissional, que ela se comunique com as pessoas que fazem parte de sua rede de relações – familiares, amigos, etc. - para expor as dificuldades que vem enfrentando. Entretanto, precisamos falar sobre isso para construirmos o caminho de vivenciarmos a saúde mental como mais uma parte da saúde que precisa ser cuidada”.

Laize pontua ainda que, embora as questões individuais possam marcar o tom de como nós lidamos com as nossas questões de vida, o tema da saúde mental interessa, perpassa e é responsabilidade da coletividade, porque saúde se constrói na relação que a gente tem com o mundo e com as pessoas. “Então, cuidar da saúde mental, estar atento a ela, é da alçada de todas as pessoas que convivem entre si, seja no ambiente de trabalho, no ambiente escolar, na família, em todos os ambientes em que a gente esteja”, afirma.

Ainda sobre o tema, a psicóloga explica que estar disponível para a escuta é o melhor caminho para ajudar a quem precisa.

“Em geral, a gente fica preocupado com o que vai dizer para a pessoa, mas muitas vezes a principal intervenção que podemos oferecer é a escuta. A gente não precisa ter resposta para todas as coisas, mesmo porque isso seria impossível, mas é muito importante para a pessoa que está experimentando uma situação difícil de vida saber que tem alguém disponível para ouvi-la. Muitas vezes a possibilidade de falar sobre o que está sentindo já traz muito conforto. O primeiro passo é conduzir a situação no sentido de fazer com que aquela pessoa se sinta cuidada, e cuidar não significa necessariamente responder ou dar o direcionamento que ela precisa, significa simplesmente ter disposição para acolher, sem julgamentos”.

CVV

Nesse sentindo, Laize avalia ser reforça a importância do trabalho desenvolvido pelo CVV – Centro de Valorização da Vida, que é referência mundial no acolhimento às pessoas em sofrimento psíquico. “Os voluntários que atuam no CVV são pessoas que se disponibilizam a emprestar seus ouvidos a quem precise ser escutado”. O contato com o CVV pode ser feito pelo telefone, através do número 188, 24h por dia, durante todos os dias da semana. Além disso, também são prestados atendimentos via chat, e-mail, ou presencialmente nas unidades do CVV. Vale ressaltar, ainda, que todas as informações são mantidas em sigilo.

CAPS

Em relação ao serviço público de saúde, Laize esclarece que cada município oferece uma série de ações e programas voltados para a população no que diz respeito ao acolhimento em saúde mental. “Aqui no município de Aracruz a gente tem o CAPS 2 – Centro de Atenção Psicossocial – composto por equipe multidisciplinar (médico psiquiatra, psicólogo, assistente social, educador físico, oficineiros, dentre outros), e que oferece uma série de possibilidades em relação aos cuidados em saúde mental.

“Qualquer pessoa pode procurar o CAPS espontaneamente durante o seu horário de funcionamento. Ao chegar à unidade, em posse de seus documentos básicos, a pessoa será acolhida por profissional de referência, que oferecerá uma escuta qualificada para compreensão da demanda e fará os encaminhamentos que se fizerem necessários (agendamento de consultas, inscrição nas oficinas, encaminhamento à rede pública de assistência social, dentre outras possibilidades). Outra forma de acesso aos cuidados é a partir da Unidade de Saúde de referência do bairro onde a pessoa reside. As famílias podem conversar com o agente de saúde que visita a sua casa e solicitar informações. Nessa perspectiva, é muito importante ampliar a divulgação das possibilidades de cuidado oferecidos, no sentido de fortalecer esses espaços públicos de saúde, específicos para essa questão de saúde mental”, finaliza.

 

Informações úteis

- Centro de Valorização da Vida – CVV

Telefone: 188 (ligação gratuita)

www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail

- Emergência Corpo de Bombeiros - 193

- Centro de Atenção Psicossocial de Aracruz

Telefone: (27) 3270-7995

Rua Ernesto Maioli, nº 4, Bairro Bela Vista

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